Richard Wagner frequentemente invocava a palavra grega melos (relacionada a 'song' - 'canto', 'canção') para expor sua concepção de melodia. Apesar da tradicional melodia rossiniana, caracterizada por sua simetria e estrutura periódica, a linha melódica wagneriana era livre em sua estrutura frásica e moldada por elementos motívicos. Para Wagner, a ideia de melos era [o princípio melódico], algo muito maior que, por exemplo, uma melodia de oito compassos: ao invés era capaz de expandir-se sobre o curso inteiro de uma grande estrutura escalística, tal como um movimento de sinfonia de Beethoven.
Melos - μέλος | Elemento grego de formação de palavras que exprimem a ideia de:
mel... melodia, música, canto, canção...
membro...
maçã, face...
ovelha...Etimologicamente, melodia combina os antigos termos gregos de ordem poética e de canto (melos, ōtē). Que o termo melos esteve associado primariamente com questões fisiológicas, antes de ser empregado no reino da estética, está totalmente em conformidade com a concepção caracteristicamente grega da música [ ver música da grécia antiga] e da poesia como espelhos orgânicos do humano perante uma existência cósmica. Foi durante a Idade Média europeia que a adaptação latina melodia assumiu especificamente as conotações musicais que ainda hoje retém no uso vernacular moderno.
μέλος | Melodia
Conceitos Gerais
Tinctoris, em meados do século 15, não hesitou em identificar melos com cantus, e a maioria das definições subsequentes, de modo similar, associaram melodia com canto, embora, inevitavelmente, sob várias perspectivas estilísticas.
Rameau, no século 18, relacionou a melodia como produto da harmonia; porém Rousseau clamou pela prioridade da melodia autônoma, para ele um desdobramento natural, ou seja, "da própria Natureza".
Hegel, no início do século 19, pensou harmonia e melodia como “um todo compacto, e uma mudança em um deles ocasiona uma mudança no outro”.
Na visão acústica de Helmholtz [final do século 19] melodia é a encarnação do movimento em música expressa “de tal forma que o ouvinte pode facilmente, claramente e certamente apreciar o caráter desse movimento pela percepção imediata”.
Percepção também foi a principal relação de Hanslick, que via na melodia a “configuração arquetípica do belo” (Grundgestalt der Schönheit). Naturalmente, o ponto de vista apolíneo de Hanslick foi diametralmente oposto ao ideal dionisíaco de “melodia infinita [infindável]”, exposto por Wagner, que postulava “uma quase-ordenada série de sons falados não preenchidos – indiretamente representativos, concentrados como imagens, mas não ainda como imediata, inevitavelmente como expressão verdadeira (...) diretamente endereçados as sensações, infalivelmente vindicados e preenchidos”.
Quando em meados da década de 1920, Watt [HENEY J. WATT] aplicou a física helmholtziana em um estudo comparativo das propriedades dos intervalos de canções selecionadas de Schubert e melodias ameríndias, ele chegou a conclusão pós wagneriana de que:
não havia nenhuma razão para que uma melodia devesse parar. Cada intervalo carrega o seu movimento mais adiante, de modo que um outro grupo de condições devam existir que modificam e capturam seu movimento. Uma condição de captura muito natural é o ordinário limite da memória. Não existe dúvida que o tamanho das melodias primitivas, se não de todas as melodias, são determinados por essa razão. Porém, isso é uma condição de finalização, não de captura de movimento no sentido musical.
O Epitáfio Sícilo [Seikilos]
O epitáfio de Sícilo [The Seikilos Epitaph] é famoso por ser o mais antigo exemplo encontrado de uma composição musical completa, incluindo notação musical e letra, no mundo ocidental.
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Nationalmuseet, CC BY-SA 3.0,
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